Eleições na Guiné-Bissau deram vitória a Umaro Sissocó Embaló
- Joana Almeida Carvalho
- 10 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
No final do ano, dia 29 de dezembro, Umaro Sissocó Embaló, líder do Madem-G15, saiu vencedor nas eleições presidenciais na Guiné Bissau. Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de Domingos Simões Pereira, contestou votações, pelo que Bissau está neste momento à espera de decisão do Tribunal Supremo quanto a impugnação de resultados.

Segundo os resultados apresentados no primeiro dia do ano, pela Comissão Nacional das Eleiçoes (CNE), Embaló subiu ao primeiro lugar do pódio com 53,55% dos votos, nesta que foi a segunda volta das eleições do país, iniciadas em março do ano passado. Candidato da oposição, Simões Pereira, ficou em segundo lugar, com 46,45% dos votos, seguido do Presidente cessante, José Mário Vaz, que obteve uns parcos 13%. A visita às urnas foi a mais baixa de sempre, registando-se uma abstenção superior a 25%.
Na primeira volta, a 24 de novembro do ano passado, Domingos Simões Pereira foi claro vencedor, com 40,13%, dos votos, tendo Umaro Sissoco Embaló obtido apenas 27,65%. Relembre-se que eleições têm sido adiadas desde março do ano passado e que impera clima de instabilidade política em Bissau, principalmente pela divisão do eleitorado.
Já na primeira volta destas eleições legislativas, Umaro Embaló partilhou com a imprensa que Domingos Pereira fazia falsas promessas, dizendo mesmo que Bissau não podia aceitar “um eixo do mal como Domingos Simões Pereira”. À agência de notícias Lusa, o candidato apoiado pelo Madem-G15, partilhou também que Domingos Pereira “semeou o mal”, considerando-o “anti-muçulmano assumido”. No seu discurso, Umaro Embaló referiu várias vezes o facto de querer “unir o país”. Em resposta, Domingos Pereira ressalvou que não tolera discurso de violência ou divisão da sociedade, mencionando que "insistir na divisão e no apelo eventual ao voto étnico, tribal ou de outra natureza tem de ser sancionado pelo povo guineense, porque de outra forma o povo guineense estaria a ser convincente com uma postura muito perigosa". Importa mencionar que foi feito um apelo aos candidatos para que se dirigissem à população de forma nacional, e que deixassem de se dirigir apenas a certos grupos religiosos, étnicos e regionais.
Simões Pereira, após partilha de resultados pela CNE, não assumindo a sua derrota, submeteu um pedido de impugnação de resultados ao Supremo Tribunal de Justiça, afirmando ter provas que “resultados finais foram adulterados”. Vários foram os argumentos que este utilizou como justificação para tal impugnação, como alegados casos de fraude eleitoral, sendo aquele que merece maior destaque, facto de haver discrepância entre o número de inscritos para votar e o número de votantes.
De acordo com a lei, caso o Supremo Tribunal anule eleições, os atos eleitorais serão repetidos num prazo de 7 dias a contar da tal decisão. Bissau aguarda agora resposta de Supremo, sendo que o país têm-se mantido calmo e estável. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) alertou a comunidade portuguesa para que a população tivesse cuidado caso planeie viagens para a capital da Guiné-Bissau.
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