Pró-democracia garante vitória esmagadora nas urnas de Hong Kong
- Cindy Tomé
- 25 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
O campo pró-democracia conseguiu fazer novamente oposição ao regime chinês com a vitória esmagadora nas eleições de domingo 24 de Novembro para os concelhos distritais, mas os protestos mantêm-se.

Os candidatos Pró-democracia conquistaram uma vitória esmagadora nas eleições do passado domingo, dia 24 de novembro, para os concelhos distritais em Hong Kong.
A pró-democracia alcançou pelo menos 390 assentos dos 452 em jogo, numa eleição que contou com uma participação eleitoral recorde de 71,2% que demonstrou o forte apoio para as organizações que mobilizaram os protestos que levaram à rua milhões de pessoas em Hong Kong desde junho.
Deste modo, o campo pró-democrático passou a dominar 17 dos 18 órgãos locais, todos anteriormente sob controlo das forças pró-governamentais. Pequim deixou ainda um aviso contra quaisquer tentativas para “perturbar” a antiga colónia britânica. Com esta vitória, os ativistas pró-democracia terão novos palcos para enfrentar o regime chinês, prevendo-se a subida da tensão, com manifestações marcadas para os dias que se seguem.
Segundo as declarações de Joseph Cheng, professor de Ciência Política da Universidade de Hong Kong, ao The Guardian “Estes resultados forma uma bofetada na face do Governo de Carrie Lam”. “A bola está agora no campo do governo, mas a sua atitude é a de não poder satisfazer as exigências [dos manifestantes] ou aceitar que o pressionem.”, acrescentou.
Lam está agora entre a espada e a parede e Pequim mantém a flexibilidade desde que os protestos começaram em junho, contra uma lei de extradição para o continente. O professor Cheng opinou que acha que, “Pequim vai continuar a adoptar uma linha dura e não vai fazer concessões – sabe que o povo de Hong Kong quer democracia, em última instância, e não lha vão dar”.
O coordenador da frente Cívica de Direitos Humanos (FCGH), Jimmy Sham, que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong, responsável pelas maiores manifestações de todos os tempos desde o retorno da ex-colónia britânica ao controle da China em 1997, venceu o distrito de Lek Yuen, em Sha Tin.
Após vencer, Sham declarou aos jornalistas que as eleições locais foram um referendo e permitiu que refletissem a vontade da opinião pública de que sejam realizadas reformas democráticas no território.
Para além das violências aos manifestantes, Hong Kong vê também os candidatos pró-democratas subirem violências físicas que podem levar, como no caso de Sham, à hospitalização. Pelo menos nove candidatos pró-democratas foram vítimas de agressões durante os quase seis meses de protestos, ganharam as eleições.
No que diz respeito ao bloco pró-Pequim, conheceu uma derrota que lhe valeu apenas 59 assentos, segundo a agência Efe, sendo que o candidato mais visado pelos manifestantes, Junius HO, não conseguiu a reeleição.
Segundo o campo pró-democracia, Junius Ho, um advoado alinhado com Pequim, tem ligações com máfias locais que atacaram indiferenciadamente pessoas nas estações de metro semeando assim o caos durante os protestos.
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