Facebook anuncia que vai banir as “deepfakes”
- Cindy Tomé
- 7 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Vídeos de paródia ou sátira vão continuar a circular na plataforma, os videos falsos que levem o internauta ao engano, serão rotulados como falsos.

Segunda-feira, 6 de janeiro, o Facebook anunciou que vai banir todos os vídeos e imagens manipulados que tenham como propósito de enganar os utilizadores da plataforma, também conhecidos como “deepfakes”. Este novo género de vídeos e imagens resumem-se à manipulação de clipes falsos, gerados por computadores, com recurso a inteligência artificial, permitindo desta forma colocar qualquer pessoa a fazer ou dizer qualquer coisa.
As notícias de “deepfake” são concebidas para serem os mais realista possível, sendo praticamente impossível de identificar e levando assim, até mesmo os jornalistas, ao engano. A maioria das vítimas do “deepfake” são por norma figuras conhecidas como políticos, celebridades cujo rostos ou corpos são sobrepostos sobre outras imagens ou vídeos.
Para combater este novo fenómeno, o Facebook comprometeu-se a colocar uma entidade independente para verificar a autenticidade de conteúdos. Se, de alguma forma, o conteúdo foi editado de forma implícita para uma “pessoa comum”, ou se manipularem os utilizadores a pensar que as palavras proferidas no vídeo foram mesmo ditas pela pessoa em questão, quando não foi o caso, a rede social compromete-se a removê-los.
«Embora estes vídeos ainda são raros na internet, apresentam um desafio significativo para a nossa indústria e sociedade à medida que a sua utilização aumenta», escreveu Monika Bickert, vice-presidente de gestão de políticas globais do Facebook.
No entanto, não são abrangidos por este protocolo vídeos de paródia ou de sátira.
Zuckerberg conhece bem essa história
Para além destas novas regras, a Gigante Norte-Americana sublinha que para além de estar a promover a criação de tecnologias para a deteção das “deepfakes”, através de um programa de 10 milhões de dólares, cerca de 9 milhões de euros, estabeleceu também uma parceria com a agência Reuters para formar jornalistas em todo o mundo na deteção de vídeos manipulados.
O próprio Zuckerberg viu-se alvo de um vídeo manipulado, em que a sua imagem foi editada para ser colocada a proferir declarações polémicas sobre a utilização de dados dos utilizadores da rede social.
Este novo projeto do Facebook relativamente as “deepfakes” surge numa altura em que a rede social se prepara para as eleições presidenciais que irão decorrer na América do Norte. Isto porque nas eleições de 2016, a rede social foi usada como uma plataforma de distribuição de dados de desinformação para influenciar a decisão dos eleitores, resultando assim no roubo de dados feito pela empresa Cambridge Analytica atribuídos a vários utilizadores da plataforma.
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