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Sam the Kid fez do Coliseu do Porto um quarto de lembranças

  • Foto do escritor: Joana Almeida Carvalho
    Joana Almeida Carvalho
  • 10 de nov. de 2019
  • 4 min de leitura

Samuel Mira, ou Sam The Kid, como é mais conhecido, regressou aos palcos em nome próprio de forma inédita, depois de ter estado afastado por mais de 10 anos.

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Enfoque: Ana Rita Graça

O rapper Sam the Kid esteve 10 anos longe dos palcos em nome próprio e regressou em força com dois concertos, um em Lisboa e outro no Porto. O concerto na cidade Invicta realizou-se esta sexta-feira, dia 8 de novembro, pelas 22h, no Coliseu do Porto.


A sala foi rapidamente esgotada por um público maioritariamente jovem, entre os 20 e os 30 anos. Para muitos destes fãs, foi a primeira vez que viram o rapper ao vivo.


Samuel Mira surpreendeu os fãs durante todo o espetáculo com várias surpresas, para além de se estrear acompanhado com uma Orquestra, e de ser num registo completamente diferente do que era habitual, subiram também ao palco vários artistas conhecidos pelo público, como NBC, Mundo Segundo, Carlão e SP.


O concerto começou de forma original, com o pai do artista, Napoleão Mira, a declarar o poema “Entretanto”, acompanhado pela Orquestra e a banda do filho Orelha Negra. A multidão aplaudiu esta original abertura e mostrava-se completamente envolvida nas palavras de Napoleão.

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Napoleão Mira, pai do rapper | Enfoque: Ana Rita Graça

Depois desta abertura impactante, Sam the Kid subiu ao palco interpretando a primeira música “A partir de agora”, acompanhado pelos aplausos e assobios da plateia, que o acompanhavam na melodia. No final desta interpretação, o artista levantou os braços à frente do palco, para todos os que estavam a assistir percebessem que ele estava grato por ali.

Seguiram-se outras músicas como “Decisões” e “PSP”, músicas que o público mostrou conhecer bem.


É na quarta música que Timóteo Santos, NBC, sobe ao palco e a plateia envolve-se realmente com a junção das duas vozes e dos instrumentos. Foi também nesta altura que as luzes se acenderam para o público e o artista Samuel Mira olhou para a plateia e disse “Está muita gente”. O artista acrescentou ainda que queria “intimidade” com o os fãs e queria “ levá-los para o quarto dele onde escrevia as suas rimas”, fazendo referência ao avô que escreveu as rimas para a próxima música “Sangue”.


O espetáculo continuou com várias interpretações conhecidas pelo público, sempre acompanhas com instrumentais, diferentes dos habituais no Hip Hop. Para além da voz de Sam the Kid, também se juntavam as “back vocals” de David Cruz e Amaura.

Foi com o clássico “O recado” de 2002, que a plateia acompanhou a letra com o artista, gritanto sempre “tá-se bem”, em resposta ao rapper.

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Enfoque: Ana Rita Graça

Seguiu-me um momento de muitas emoções quando o artista prestou uma homenagem ao seu amigo Beto Di Ghetto, que faleceu em 2017. Passam imagens dos dois juntos na tela atrás da Orquestra. Depois deste momento, o rapper pediu ao público para fazerem barulho, e foi assim que o natural de Gaia, Mundo Segundo, entrou no palco. Juntos relembraram que Mundo foi a primeira pessoa a trazer Sam ao Porto e admite estar “orgulhoso” por isso. As duas vozes juntaram-se nas músicas “Gaia Chelas” e “Tu não sabes”, originais da dupla. O público aplaudiu em êxtase.


Seguiram-se mais dois clássicos do rapper “Não percebes” de 2002, e “Retrospectiva de um Amor Profundo” de 2006, outras duas das músicas mais esperadas pelos fãs que acompanhavam as rimas com os braços e telemóveis no ar.


Sam the Kid apresentou a Orquestra dirigida por Pedro Moreira com 24 elementos e a sua banda de sempre os Orelha Negra, referindo que faz parte da mesma e disse “vamos ver do que são capazes”, seguindo-se um momento só com instrumentais e com um b-boy a dançar em palco. Mais uma vez, o espetáculo é caraterizado pela diferença e originalidade. Depois deste momento mais tranquilo, a plateia voltou a gritar com a entrada dos artistas Carlão e SP, que cantaram, em conjunto, “Negociantes”, como forma de homenagearem outro amigo de Sam, Snake, que faleceu em 2010.


Segue-se mais um clássico de Sam The Kid, “Sofia”, outra das músicas mais conhecidas pelo público que cantam a letra em uníssono. Samuel volta a chamar Mundo Segundo ao palco e juntos cantam “Poetas de Karaoke”, um clássico do rapper. A plateia reagiu logo aos primeiros acordes com uma enorme ovação, mostrando, assim, que esta música é a mais conhecida da carreira do artista. Foi, sem dúvida, o momento mais vibrante da noite.

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Enfoque: Ana Rita Graça

A música “Sendo Assim” fechou o concerto, com o artista sentado numa cadeira de escritório, fingindo que estava no seu quarto a escrever rimas numa máquina de escrever. Terminou assim o espetáculo com um agradecimento do artista “Obrigado Porto, foi uma honra”, e nas paredes do Coliseu ecoavam os gritos “Sam The Kid!”, “Sam The kid!”, “Sam The Kid!”. O espetáculo cumpriu com a originalidade e mereceu uma ovação em pé por parte do público.

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Enfoque: Ana Rita Graça

O espetáculo contou uma história. Foi como uma narrativa, onde Sam The Kid foi revivendo alguns dos seus momentos mais marcantes da sua carreira. Estiveram, a seu lado, amigos que o rapper considera como irmãos, assim como o seu pai. Foi cantando e apresentando as músicas como por ordem cronológica, acabando o seu espetáculo com o mais recente tema. Homenageou colegas, que já não poderam estar lá com ele a viver aquela noite. Trouxe ao palco o inovador, como um b-boy e uma orquestra de 24 elementos. Não faltou ninguém a este concerto que conjugou a arte e a paixão pela arte de rimar.


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