Cofina Lança OPA sobre Media Capital
- Cindy Tomé
- 20 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de jan. de 2020
A proprietária do Correio da Manhã oficializou o seu interesse na compra da TVI. A Cofina dispõe-se a pagar 181 milhões de euros pela compra da Media Capital e assume ainda a dívida de 75 milhões. O Negócio atinge assim um total de 255 milhões de euros. O novo grupo contará ainda com 1800 colaboradores.

A Cofina, dona do Correio da Manhã, lançou, no dia 21 de setembro de 2019, uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as ações da detentora da TVI, a Media Capital. Segundo o comunicado divulgado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina propôs-se a pagar 2,3336 euros por cada acção da empresa que detém a TVI.
No anúncio da oferta preliminar, a empresa de Paulo Fernandes contabiliza o valor total da oferta em 10,4 milhões de euros, 10.467.533,1528 euros mais precisamente, “ao qual se deduzirá qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, seja a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros do exercício ou de distribuição de reservas”.
Esta oferta repousa sobre os títulos que a Vertix (fundo de controlo da Media Capital) não detém, isto é, sobre 5,31% do capital social da detentora da TVI dispersos no mercado. Sendo que o seu preço poderá ainda ser fixado através de um auditor independente designado pela CMVM, tendo em conta que existem poucas transações,ou seja, baixa liquidez das ações do mercado.
Em paralelo, a Cofina diz ter acordado com a Vertix a aquisição dos seus 94,69% por um valor de 2,13 euros por ação. Isto porque, “a Vertix declarou a sua intenção de não aceitar oferta”. Deste modo, o preço revela-se ser inferior ao oferecido aos restantes acionistas da Media Capital, uma vez que não assume a dívida da empresa de media.
Os resultados da junção Cofina / Media Capital
Com esta operação bem-sucedida, os alinhamentos vão mudar. A Cofina/ Media Capital passa a ser o maior grupo de media do país, passando à frente da Impresa, detentora da SIC e do jornal Expresso.
Em termos de números, a Cofina faturou, no ano de 2018, 89,9 milhões de euros dos quais 12 milhões provêm pela CMTV e 76 milhões no segmento de imprensa. O grupo registou um EBITDA de quase 15 milhões de euros e um lucro da ordem dos 6,6 milhões de euros.
Quanto ao relatório de contas da Media Capital, existiu uma faturação de 181 milhões de euros, dos quais 151 milhões provêm da emissora principal, a TVI. O grupo, ainda, detido pela empresa espanhola Prisa, apresentou um EBITDA superior a 40 milhões de euros e um valor de 20 milhões de euros de lucros consolidados.
Deste modo, face aos resultados de 2018, o novo grupo terá uma faturação acumulada superior a 270 milhões de euros. Em termos de comparação, a Impresa faturou 172 milhões de euros em 2018, com um EBITDA de 18,1 milhões de euros e um lucro de 3,1 milhões.
O financiamento da compra
A Cofina explica que o financiamento da operação de compra será assegurado através “de um ou mais aumentos de capital social do Oferente por novas entradas em dinheiro, no montante necessário para, conjuntamente com a parcela de financiamento bancário a contrair pela Oferente, financiar a aquisição da participação da Prisa” pela empresa detida por Paulo Fernandes.
A Cofina conta ainda, neste negócio, com o apoio financeiro de Mário Ferreira, empresário que lidera a Douro Azul, e do banco espanhol abanca, para além do financiamento bancário do Santander Totta e da Société Générale.
É de recordar que dia 14 de Setembro chegou ao mercado a informação de que a Cofina havia assinado com a Prisa, que controla atualmente a Media Capital, um memorando de entendimento que obriga o grupo espanhol a negociar em “regime de exclusividade” com a Cofina a “potencial aquisição da participação da Prisa na Media Capital”. Os rumores sobre o interesse da Cofina pela Media Capital perduram há bastante tempo, começaram a tomar uma maior amplitude poucos meses depois do fim do negócio com a Altice, uma vez que a empresa de telecomunicações deixou expirar o prazo previsto nos termos de compra e venda para a conclusão do negócio sem existir decisão final.
Mas é desta vez é certo, a partir de sábado 21 de setembro a Cofina pretende comprar, na sua integralidade, a Media Capital.
Eis os principais indicadores e títulos detidos por cada grupo para o ano passado:
Indicadores da Cofina:
Receitas operacionais totais de 89,3 milhões de euros
Receitas de publicidade de 28,1 milhões de euros
Lucros de 6,6 milhões de euros
Trabalhadores: 735
Operações:
Correio da Manhã
Record
Jornal de Negócios
Destak
Sábado
Máxima
TV Guia
Correio da Manhã TV
Indicadores da Media Capital:
Receitas operacionais de 181,8 milhões de euros
Receitas com publicidade de 124,8 milhões de euros
Lucros de 21,6 milhões de euros
Colaboradores: 1077
Operações:
TVI
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