PHDA versus Educação
- Enfoque
- 3 de nov. de 2019
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A PHDA (Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção) é uma perturbação com origens diversas, na qual intervém fatores de ordem biológica, por exemplo genéticos, e ambientais, por exemplo, o relacionamento familiar.
Mas o que define um individuo com PHDA? Se o indivíduo está predominantemente desatento, ou predominantemente impulsivo/hiperativo ou ainda combina a desatenção com a hiperatividade e impulsividade.
A PHDA surge frequentemente associada a outros tipos de perturbação, existindo, assim, a
interação da PHDA com: comportamentos de oposição e desafio; perturbações emocionais,
como a ansiedade e a depressão; dificuldades específicas de aprendizagem, nomeadamente, dificuldades ao nível da leitura, cálculo e coordenação motora. A PHDA também se pode relacionar com perturbações de desenvolvimento, como o autismo e a perturbação bipolar.
A PHDA não é uma dificuldade ao nível cognitivo mas sobretudo do comportamento, relacionando-se com o auto-controlo e a inibição do mesmo. Não interfere com a capacidade para aprender mas sim com a disponibilidade para tal.
O tratamento da PHDA inclui frequentemente o acompanhamento e informação dos pais, professores e família, treino parental e dos professores sobre técnicas de gestão do comportamento, terapia cognitivo-comportamental com o indivíduo, recursos educativos especiais e medicação específica.
Pessoalmente, acredito que a medicação não é a melhor opção para o controlo da PHDA. No entanto, esta é a opção que oferece com maior rapidez a resolução do problema: alunos mais calmos e mais “atentos”. E assim passamos a ter outro problema, o do (ab)uso de medicação estimulante, pois as outras opções levam mais tempo e dependem de terceiros (pais, educadores, terapeutas).
Educar, tal como o seu significado diz no seu sentido mais amplo” é socializar, é transmitir os hábitos que capacitam o indivíduo a viver numa sociedade, hábitos esses que começam na primeira infância, implicando no ajustamento a determinados padrões culturais.
Educar é estimular, desenvolver e orientar as aptidões do indivíduo, de acordo com os ideais de uma sociedade determinada. É aperfeiçoar e desenvolver as faculdades físicas, intelectuais e morais, é preparar o cidadão para a vida.”
Na escola também se educa, mas não como os progenitores pensam. Na escola educar é ensinar, é transmitir os conhecimentos, é instruir. A escola é encarregada de preparar, de formar o indivíduo para a sua futura vida profissional. A criança quando chega à escola tem que estar preparada para ouvir, intervir, interagir, socializar.
Hoje em dia, vemos constantemente crianças que não sabem estar. Na Escola, nas aulas não
conseguem participar de forma correta; nos recreios, durante os intervalos, estão constantemente agarrados aos telemóveis ou brincam de forma violenta. Nos restaurantes estão acompanhados com os pais, mas num mundo à parte... Não interagem, não conversam, estão conectados ao telemóvel ou ao tablet simplesmente a jogar ou a socializar nas redes sociais.
As crianças precisam, desde cedo, de muito tempo e atenção dos adultos, de interação, de regras e de compromissos e, fundamentalmente, de segurança e tranquilidade. Só assim teremos crianças mais seguras de si, com mais autoestima e mais felizes!
Não penso que haja mais hiperatividade hoje, os jovens de hoje são vítimas de uma sociedade que não lhes dá tempo com qualidade.
Artigo de opinião por

Alcina Almeida
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